domingo, 6 de abril de 2014

# Fotógrafo Convidado do Mês de Abril : Paulo Cunha Martins #

Paulo Cunha Martins_01 Paulo Cunha Martins_02 Paulo Cunha Martins_03 Paulo Cunha Martins_04 Paulo Cunha Martins_05 Paulo Cunha Martins_08 Paulo Cunha Martins_07 Paulo Cunha Martins_06 Paulo Cunha Martins_09 Paulo Cunha Martins_11 Paulo Cunha Martins_10 Paulo Cunha Martins_12
Sempre achei o número 12 um número redondo, tal como são para mim os processos de aprendizagem. No final de um ciclo de aprendizagem, o episódio revela-se circular, apesar de nos iludirmos, pensando que vamos na direção de um lugar onde nunca estivemos antes. Este é um delírio útil ao processo criativo, faz parte de uma projeção. No retorno ao inicio do círculo, somos a mesma pessoa e sentimo-nos mais claros mas nunca deixamos de ser nós próprios, embora declinados por uma qualquer projeção delirante. A fotografia acompanhou-me ao longo destes percursos de vida, e ela como testemunho, transformou-se na medida do ímpeto do meu desejo. Sinto que consigo andar nestes carroceis porque não vejo exposições de fotografia, não tenho muitos amigos fotógrafos, não faço parte disso. Tenho a certeza de que se o fizesse, me sentiria refém de uma comparação, de uma correspondência. A problemática da minha relação reside nesta dualidade onde os lados iguais que se anulam. Talvez por isso continue a caminhar nestes círculos, nunca satisfeito e sempre em desafio. Estou sozinho e isso não me faz sentir mal. Assim a minha falta de coerência não chateia ninguém.


Paulo Cunha Martins