sábado, 4 de dezembro de 2010

Alvão e Marão, 03 Dezembro 2010
Fotos:Paulo Pimenta
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Em Alvadia, as vacas saem das cortes apesar da neve - “ao menos para beber água”, garante Filipe Carvalho do alto do seu tractor. “Mas não se consegue fazer mais nada na lavoira”. Ontem o padeiro também não “veo” a Lamas.
Diante do cruzamento nevado, por trás da paragem do autocarro em chapa de zinco, há um lameiro, mas está totalmente coberto por uma camada de neve muito fofa. As vacas entram pelo portão, mordiscam uns arbustos e vão abrindo um carreiro irregular até ao outro lado, por onde regressam a casa. Estão por toda a parte, as vacas escuras, contrastando com o manto branco que cobre tudo. Atravessam-se no meio da estrada, enleiam os cornos sinuosos em lutas breves e enterram-se na neve até à barriga.
“Uch!”, clama Manuela Silva diante do cemitério de Alvadia. Tratar das vacas, com este tempo, é “dificílimo”, diz. “Uch!, Boneca”, enxota outra vez, “senão elas depois não comem nada nas cortes”. “Uch!”. As vacas têm todas nomes, Potra, Bonita, Mimosa, Boneca... Manuela termina o trabalho e vai sentar-se ao sol, na paragem do autocarro. Está-se ali melhor? “Melhor, sim. Mas até está quente demais”.
Jorge Marmelo